SHARITHA

 
registro: 14/07/2008
NAO tenho paciência pra mimimi ,nem tempo pra bla...bla...bla..DESCULPE-ME....????
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Se você não aprender a dizer não, a vida dirá não para você

Quantas vezes você disse sim querendo dizer não? Não precisa responder agora, mas acredito que muitas vezes. Eu posso responder por mim que já fiz bastante isso e me arrependi amargamente por cada não que calei em mim.

Eu, assim como você, fiquei com medo de magoar pessoas queridas, de decepcioná-las. Fiquei aflita pensando na reação de alguns ou na represália que poderia sofrer por ser fiel a minha verdade.

Muitas vezes eu disse sim, pois não queria me sentir culpada pela frustração, estresse ou tristeza do outro. Não queria ser a responsável pelo pesar de uma pessoa querida, mas ao chegar em casa quem estava se sentindo frustrada, triste e estressada era eu.

Às vezes, dizer um não é tão difícil que parece que dentro da gente acontece uma luta entre o que a gente quer realmente dizer e o que a gente acha ser o mais bonito a dizer.

Então, é comum que a gente caia na tentação de dizer sim só para agradar. De aceitar o que vai contra nossos valores, pela simples razão de achar que esse sim fará com que o outro nos aceite e ame mais.

Não, o outro não vai nos amar mais pelos nossos sins. Eu diria que é o contrário. Quem nos ama de verdade continua a nos amar pelos nossos sins e, especialmente, pelos nossos nãos.

O oportunista, o falso, o manipulador, o aproveitador, baterão em retirada quando suas vontades não estiverem mais sendo satisfeitas. Quando nosso sim deixar de alisar seus inflados egos. Apenas eles, os que fingem se importar, deixarão de ter qualquer  estima por nós quando não formos coniventes com suas vontades. E isso não é mal.

Quem nos ama de verdade busca compreender nossas razões. Nos respeita e entende que temos nossos limites e que abusar deles é abusar do que há de mais íntegro em nós.

Não permita que os outros digam o que é certo ou errado para você. Respeite seus valores. Negue o que te parece incorreto, incerto, suspeito, de mau gosto ou não apropriado.

Diga sim para você e aprenda a dizer não para os outros, sem medo e sem culpa. Do contrário, pode ser que em determinado momento, lá na frente, a vida diga não para você.


Fome de Pele

“Precisamos de 4 abraços por dia para sobreviver. Precisamos de 8 abraços por dia para nos manter. Precisamos de 12 abraços por dia para crescer”. (Virginia Satir)

Li há algum tempo um artigo muito interessante sobre a importância do abraço. Vamos deixar claro que quando falo em abraço aqui eu me refiro àquele que envolve, que junta peito com peito, coração com coração e não o pouco acalorado tapinha nas costas.

Estudos dizem que ao abraçarmos o nosso cérebro libera substâncias como dopamina e serotonina responsáveis pela sensação de bem estar, calma e harmonia. Há ainda aqueles que afirmam que abraçar aumenta a imunidade, a autoestima e melhora também a saúde psicológica,

Muitas vezes já me peguei pensando sobre os abraços que dei e recebi na vida. Acho que o abraço é o mais sincero gesto de carinho que existe, pois é impossível ficar atrelado a alguém pelo qual não somos verdadeiramente afeiçoados. Pode-se dar um beijo rápido no rosto, mas um abraço demorado nessa pessoa não, a gente não consegue. E não vale, nesse caso, balançar a pessoa como sino para tirar a atenção do que realmente importa.

Abraçar implica se deixar envolver, se deixar fundir. Abraçar é uma sinfonia de batidas de coração, é um alinhamento de respirações profundas e uma confluência de mentes que se estimulam, se acarinham e se resguardam através do tato.

Nos meus vinte e poucos anos eu não abraçava muito. Lembro-me de ter um dia chegado em casa e tentado me lembrar qual era a última vez que eu tinha abraçado. Foi um exercício difícil, pois eu realmente não me lembrava. Felizmente isso muda quando temos por perto, por exemplo, familiares carinhosos, amigos sinceros, um amor para chamar de nosso e crianças. Sim, crianças são campeãs em abraçar. Elas em tenra idade sabem o que realmente importa na vida. É por isso que boas mães geralmente têm sua cota diária de abraços garantida. Elas não sofrem do que a psicologia chama hoje de “fome de pele”.

Mas, tem muita gente faminta passando por nós mundo afora. E quando falo muita gente, coloquem um número absurdo nessa equação. Aponta-se por ai que precisamos de doze abraços diários para ter as nossas necessidades afetivas plenamente supridas. Sim, vocês leram certo, não são dois, nem quatro, nem seis, mas doze abraços.

Você já deu doze abraços hoje? Acho que pouca gente dirá que sim. E eu ao ler esse número pensei nas vezes as quais fui ao médico por conta de uma rinite ou algo assim e sai de lá com um remédio prescrito. E se ao invés de um medicamento, facilmente encontrado em qualquer farmácia, o doutor me receitasse doze abraços para aumentar a imunidade, eu seria capaz de cumprir essa prescrição?

Um medicamente é rápido, você toma uma pílula por dia e resolve as coisas…por um tempo. Mas doze abraços não podem ser dados de qualquer jeito. É preciso que se ampliem os vínculos, que a gente estenda o alcance de nossas relações, é preciso mudar a forma de ver o mundo, os que nos cercam e nós mesmos.

Abraçar implica muito mais que entrelaçar braços. Abraçar exige que a gente esteja disposto a amar e a se deixar amar. Que a gente esteja pronto para perdoar e se deixar perdoar. Abraçar implica superar as rejeições e aceitar o conforto e o consolo do outro.

Um abraço diz de forma silenciosa que nós nos importamos, que nós estamos juntos, que nós deixamos de lado um monte de afazeres, que parecem imprescindíveis, para fazer o que realmente importa na vida.

Vamos abraçar?

Vanelli Doratioto 




Em tempos de mensagem de texto, ligação é prova de amor

Em tempos de mensagens digitadas, ligações se tornaram um sinal de estima, afeto e até confiança. Você já reparou que costumamos telefonar só para aquelas pessoas com as quais temos maior intimidade?

É lógico que aqui não falo de quem utiliza o telefone de forma comercial fazendo milhares de ligações por dia, mas de quem, em determinada hora resolve telefonar para alguém que o compreende e conhece bem.

Rubem Alves disse certa vez que uma carta de amor é escrita para que duas mãos se toquem através do papel. Para mim uma ligação telefônica é como um beijo ao pé do ouvido com o qual dizemos que nos importamos com o outro. Além do mais existem coisas que só a voz pode nos contar.

Dizem que 38% da nossa comunicação se dá através dela. Através da voz podemos perceber se a outra pessoa está triste, se está aflita ou emocionada. Também através dela percebemos o grau de excitação daquele que nos fala. A voz é capaz de nos indicar através de seu tom e dinamismo muito acerca do estado de espírito de quem está do outro lado da linha.

Um texto certamente comunica muito, mas existem sensações que só a voz expressa. Uma mensagem escrita pode sim levar às lágrimas e emocionar. Mas arrepiar a pele, não. Estudos indicam que ao falarmos com alguém especial a condução de eletricidade em nossa pele aumenta. Todo nosso corpo responde à voz de uma pessoa querida.

A possibilidade de que a comunicação aconteça através de outros meios mais dinâmicos também serve para reforçar o aspecto pessoal da ligação. A opção de ligar por si só já indica que temos maior disposição para interagir. Que estamos dispostos a experimentar o outro de forma mais completa. Indica que aceitamos correr o risco de nos deixarmos desnudar pela fala, sem a possibilidade de editar o que não conseguimos calar.


Não quero ter razão, quero ter paz para viver tudo que sou

Todas as vezes que destruíram meus sonhos, eu os refiz. Um por um. Costurei todas as partes, colei todos os cacos, pintei todas as lacunas, até que, contente, os vi refeitos.

E quando não foram os meus sonhos, mas eu a ser diminuída. Sangrei minhas dores, chorei minhas feridas, mas cuidei de cada uma delas para, depois de tudo, me ver ainda mais forte.

Pois, não sou de vidro, para me quebrar e morrer no piso da desesperança. Não sou de pano para que me façam de trapo e pano de chão. Não sou de ferro, para virar faca e espeto.

Eu sou de carne. Sou de carne, osso e sentimento. E chorei por dentro todos os gritos que me forçaram os ouvidos. Estremeci pelas acusações grosseiras. Pela falta de amor. Mas não caí, pois não sou castelo de cartas que se desfaz com um sopro, tão pouco um de areia que pode ser estupidamente pisoteado.

Tenho paciência de sobra, mas o tempo me ensinou que é melhor tomar distância de quem não me estima.

Sigo então meu caminho, reconstruindo meus alicerces em outros cantos. Cantos gentis nos quais borboletas não apenas voam, mas dançam.

Não tenho mais medo de buscar no mundo novos caminhos. Não tenho mais medo de me fazer bonita e soltar meu coração, como quem solta um cão encoleirado, em um grande parque repleto de flores lindas e selvagens.

E quando permito que meu coração corra de um lado para o outro, animado e exultante, esqueço das coisas ruins e sigo em frente.

Se me gritam ao longe, como quem grita uma blasfêmia. Faço que não é comigo. Não dou mais bola para quem ofende. Quero distância dos que gostam de ser os donos da verdade. Não quero ser dona de nada, nem de ninguém. Fui despertada de um sonho por um príncipe que saiu para comprar cigarros e não voltou. Os contos de fada não me cabem mais.

Por favor, não me chamem de princesa. Eu cresci. Virei rainha de mim. Não vivo mais nesse reino no qual um rei profano perambula na barriga das pessoas. Não quero ter razão. Quero ter paz para viver tudo que sou.


“Estar triste não é imoral.”

Estou triste. Eu às vezes sinto como se ninguém estivesse se importando comigo.
E como se eu fosse alguém que despertasse incômodos. Talvez eu seja. Talvez seja tudo coisa da minha imagina
Tenho medo de me expressar. Quando me expresso eu me julgo.
Digo para mim “Não diga isso.” Eu tenho medo do erro, ter medo do erro é sentir uma insegurança enraizada.
Já pensei em morrer hoje.
Mas não morri, estou viva.
É um dia difícil como outros dias foram difíceis. Me sinto profundamente sozinha e incapaz de sair de mim. Parece que falo outro idioma. A minha língua me sufoca. Eu inspiro e respiro.
Não passa tão rápido quanto eu gostaria. Tenho dificuldade de confiar respostas a alguém e de me abrir.
É difícil, porque eu acho que do outro lado há um juiz implacável.
Talvez eu esteja me vendo no espelho. Eu sou meu juiz implacável.
Mas a voz de outros também são. Não estou com raiva de ninguém, nem revoltado, estou triste.
Uma tristeza conformada. E escrevo pra alguém. Se você for esse alguém, por favor, aqui estou eu. Também estou triste. E me sentindo sozinho. Posso acompanhar a sua solidão?
É uma dia difícil, como outros dias são difíceis. Não é o primeiro, nem será o último. Não vai dar tudo certo, entenda.

 Tudo é muita coisa. Tudo é muito mais que certo. É melhor dar tudo do que certo. Porque dentro de tudo há milhares de coisas melhores e mais úteis do que o “certo”.

Se você é alguém que ao ler essas palavras sente pena, essas palavras não são para você.
Piedade a gente tem de quem peca. Sofrer não é pecado. Estar triste não é imoral.
Ninguém precisa sorrir e abraçar o mundo inteiro forçado. É violento exigir alegria. Faz parte o dia ruim, a gente não quer fugir do dia ruim, nem disfarçá-lo.

A gente é feito de carne, osso e memórias.

Meu peito, meus braços, minhas pernas, tudo é água e saudade. Você sente saudades de você mesmo? De outra pessoa que você foi dentro da pessoa que você é? Não tem volta não. Já somos outros e seremos pessoas inéditas daqui pra frente.
Eu estava triste e desabafei. Não sou mais a mesma. Nem você é.
A gente é feito de carne, osso e memórias. E quando a carne, o osso e as memórias ficam tristes é um dia difícil, difícil, difícil.

Mas é um dia ainda. É um tempo ainda. E o tempo passa.
Minha tristeza deseja fortemente que a sua tristeza seja forte e consiga descobrir essa piegas, profundamente brega, verdade: Viver é aceitar a morte de uma esperança,
dar lugar ao nascimento de outras esperanças.

Eu estava triste e escrevi esta carta cafona. Mas sinceramente, quem não se permite cafonices ou é feito de pedra ou é feito de besta.