Samuel, o Samuca, jornalista paulistano, 28 anos, estava insatisfeito com os rumos de sua vida.
Não na esfera profissional.
Sabia que era um bom repórter, admirado pelos colegas e respeitado pelos chefes.
O problema estava em sua vida amorosa.
Não que faltassem parceiras para uma rapidinha ou um relacionamento um pouco mais duradouro: desde os 18 anos Samuca estava na ponta dos cascos, como o diabo gosta, chutando o pau da barraca, tacando fogo no parquinho, passando o rodo e verbalizando outras imagens bem brasileiras de uma vida sexual mais que satisfatória, ampla e irrestrita.
Mas agora, isso não o satisfazia mais.
Ele queria casar – envolver-se com a futura mãe de seus filhos, uma companheira para todas as horas, alguém para compartilhar carinhos e uma conversa estimulante antes ou depois da transa – ou em vez de.
O carinha tinha ideias bem definidas sobre o tipo de mulher que buscava.
Nada de bela, recatada e do lar: isso era de um conservadorismo atroz.
E muito menos uma princesa, aí o viés conservador virava reacionarismo puro e simples, dos cascudos.
E nada de virgem, por favor: a única vez que tirara um cabaço saíra todo esfolado.
Sonhava com uma mulher inteligente, independente, divertida... ma non tropo.
Achava importante, por exemplo, que o número de parceiros anteriores não ultrapassasse o da torcida do Timão.
O obstáculo era esse non tropo, não em demasia.
Tinha algumas colegas jornalistas que se aproximavam desse perfil, até mesmo saíra com duas delas (uma de cada vez, nada de ménage).
Mas elas eram solteiras de carteirinha, que investiam a fundo em suas respectivas carreiras.
Se ele lhes falasse em casamento e filhos, iriam olhá-lo com incredulidade e achar que ele havia enlouquecido, que peninha, um repórter tão promissor...
O pensamento de Samuca voltava-se, cada vez mais, para Rosângela.
Tinha o corpo bem feito e era bonitinha, sempre com uma maquiagem leve e um batonzinho cor de rosa.
Isso era importante, ele não queria um tribufu.
Mas o grande trunfo de Rosângela era o sorriso, que irradiava simpatia.
Ela também trabalhava no jornal, mas não na redação e sim nos Recursos humanos, ou seja, não estava tão ligada em sua carreira.
“É, vou chegar junto e ver o que rola”, pensou.
Almoçaram juntos e, aparentemente, os deuses sorriram para ele.
A mulher, de uns 24 anos, fez o mesmo, repetidas vezes – um indício de que estava sexualmente interessada – e terminou por convidá-lo a uma noite de queijo e vinho no apartamento dela, na sexta-feira.
No final, ela brincou, com seu sotaque mineiro e um sorriso lindo:
- De sobremesa, cê vai ganhar umas beijocas...
Foi esse lance que conquistou Samuca.
Fazia tempo que não ouvia a palavra “beijoca”.
Era um termo simpático e um pouco antiquado – dois atributos que, tinha de reconhecer, buscava em sua futura esposa.
Ele combinou o horário, 20h30, pegou o endereço dela e voltou para a redação, feliz como um pinto no lixo.
Na sexta, às 20h30 em ponto, ele tocou a campainha da casa de Rosângela.
Ela estava com um vestido simples e sem maquiagem, mas havia soltado os cabelos: a coisa prometia.
Comeram os queijos, beberam o vinho – gaúcho, nada de especial.
Depois de secarem a garrafa, ela observou que estava quente, ia mudar de roupa e talvez demorasse um pouquinho.
“Vai valer a pena esperar”, falou com um sorriso misterioso.
“Acho que vai rolar mais que umas beijocas”, pensou Samuca.
“No mínimo, uns amassos. E, se eu tiver sorte, uma rapidinha!”
Não foi nada disso.
Quando Rosângela voltou, vestia um roupão sem nada por baixo, que deixava à mostra um corpo escultural.
Os olhos, agora esfumados, eram poços de perdição, e a boca, ante sem batom, estava rubra, a cor do desejo.
A mulher bonita e simpática transformara-se em uma deusa do pecado que avançou em sua direção, pegou-o pela mão e ordenou:
- Vamos pro quarto.
E aí começou a melhor foda da vida de Samuca.
Rosângela deixou-o tomar a iniciativa nos beijos de língua, mordidinhas na orelha, carícias das espáduas à bunda e carinhos e lambidas nos seios, cujos mamilos ficaram duros como pedra; mas depois, quando os lábios e a língua dele se aproximaram da xaninha, passou a dirigir a trepada.
E com um saber inigualável.
Ela o fez lamber os grandes lábios, os pequenos lábios e dedicar muito tempo ao clitóris, até seu mel se derramar pelo rosto dele.
Paralelamente, chupou-o com maestria, brincando com suas bolas e engolindo o mastro, até ele quase explodir em gozo.
Quase, pois ela não o deixou terminar.
Passaram para um delicioso sexo vaginal, enquanto ela lhe dizia do que gostava e como gostava e variava de posições.
No final, Samuca teve o orgasmo mais prazeroso de sua vida.
Mas não estava acabado.
Faltava o bigode, da trilogia barba-cabelo-bigode, da série O anel do poder.
Ela pediu/ordenou:
- Enfia no meu cuzinho, adoro!
Não era o prato predileto de Samuca.
Ele já havia enrabado algumas mulheres, mas a maioria não gostou muito – e, para falar a verdade, nem ele.
Rosângela, porém, ficou de costas para ele e abaixou pouco a pouco, engolindo seu mastro com o ânus.
O esfíncter dela parecia mágico, apertava o cacete e depois relaxava para apertar outra vez, na melhor punheta de sua vida.
Ele gozou de novo, ela também.
Samuca estava prestes a declarar os trabalhos findos, quando ela o virou de bruços e murmurou:
- Cê me enrabou, agora é minha vez!
Em seguida, pegou um creme na mesinha de cabeceira, aplicou uma generosa dose no cu dele, besuntou um vibrador de tamanho médio e mandou ver.
Com a invasão, Samuca berrou de dor e de susto.
Mas ela continuou a sodomizá-lo com firmeza, pero sin perder la ternura e, pouco a pouco, o intruso invasor tornou-se um visitante bem-vindo.
No final, ele gozou pela terceira vez, enquanto ela dava um sorrisinho enigmático, monalisesco.
Enquanto eles relaxavam trocando carícias, ela ronronou:
- Na próxima vez, vou usar um vibrador maior.
Cê vai encarar?
Samuca tremeu nas bases, mas faria tudo para não perder aquele mulherão.
- Encaro! Encaro tudo que você quiser.
Ela sorriu, satisfeita, como um gato que acaba de comer um canário.- Maravilha!
Muitos carinhas fogem do pau, mas pelo visto a gente vai ficar um bom tempo junto.
Depois de ir ao banheiro, o jornalista vestiu-se e, caminhando com dificuldade devido à perda das pregas, começou a dirigir-se à porta.
Mas ela o chamou:
- Ei, moço, calminha.
Cê ainda não ganhou as beijocas.
Foi até ele e deu-lhe dois beijos castos e estalados, um em cada bochecha.