SHARITHA

 
registro: 14/07/2008
NAO tenho paciência pra mimimi ,nem tempo pra bla...bla...bla..DESCULPE-ME....????
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A Soma de Todos os Afetos

Eu, você, um filme e pipoca: a nossa combinação perfeita

O mundo se contorce lá fora com uma rapidez desenfreada. Eu, no entanto, estou aqui sentada em um silêncio lânguido e confortador. A certeza da sua presença me faz rir com o canto dos lábios. Você está chegando para vivermos juntos uma parcela da nossa larga intimidade e isso é bom demais.

Não preciso perguntar quais são seus filmes prediletos, eu sei de cor o gosto seu e você também já desvendou o meu com delicadeza.

Desde o momento em que penso em nós, vivo a alegria da sua presença. Você me faz bem. Você me entende como ninguém e sabe do meu zelo em ir até a velha locadora da esquina, buscar filmes que estão fora de cartaz, apenas para que possamos embarcar em uma experiência só nossa.

Gosto de pensar, quando estou ao seu lado, que o tempo parou em algum bom momento. Gosto de pensar que inventamos um tempo só nosso, onde o amor é o que realmente importa.

Tanto faz se há sol ou chuva, se temos dinheiro ou não. O que vale é a nossa disposição para viver o amor quando temos oportunidade para ele.

Então, assim que você chega, eu corro para estourar uma deliciosa pipoca. Eu gosto de estourá-la em uma daquelas velhas panelas em que giramos uma manivela, mas admito que ultimamente não tenho ligado de recorrer ao micro-ondas. Não faz mal que nos rendamos à tecnologia de vez em quando, desde que ela não se coloque entre nós.

Você busca na geladeira um vinho ou guaraná, depende se frio ou quente o dia, e nós nos amontoamos em frente à televisão, juntinhos. Mastigando a pipoca como quem mastiga o prazer de estar junto e dividir o melhor.

Eu, você, um filme e pipoca. Esse é o nosso paraíso na Terra. Celulares desligados. O mundo lá fora nos chama, mas a vontade de morar um no outro é maior que tudo. Então nos abraçamos demorado. Aspiramos o cheiro delicado de nossos corpos e com esse abraço esquecemos de tudo que nos entristece.

No fundo, não importa a história contada pelo filme. Sendo ela boa ou ruim, enquanto nos enganamos com a ficção, nossos corpos vivem a delicadeza de se tocarem.

Gosto de ouvir sua respiração perto do meu cabelo e você gosta de me olhar dormindo em meio aos filmes mais longos. Você nunca se zanga pelo meu sono fora de hora. Entende que se me aninho no seu peito é por confiar em ti até mesmo de olhos fechados.

E quando a última cena se encerra, você me lê atento, fala sobre o filme e descobre em mim o imenso desejo de que nossa conversa se estenda para além de nós.

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chapeuzinho vermelho

Naquele dia ninguém contou à Chapeuzinho sobre o Lobo. Pediram apenas que ela levasse uma cesta cheia de pães até a avó, que morava lá do outro lado da floresta.

O lobo parecia ser alguém interessado em ajudar. Alguém isento de maldades. Foi assim que a chapeuzinho o viu e dessa forma ele a enganou fácil.

Sabem, grande parte de nós caminha pela vida como a “Chapeuzinho”. Desprevenidos, passeamos por aí carregando o melhor de nós até toparmos com algum lobo no meio do caminho.

Vejam bem, confiar não é um erro. Se um outro nos fizer de gato e sapato, o problema de caráter é dele e não nosso. O que é certo é certo e um dia todo lobo dá de cara com algum bom caçador. Calma, eu entendo, às vezes a lei do retorno tarda, mas ela não falha.

O encontro com o lobo mudou a vida da Chapeuzinho. Ela continuou seguindo rumo a casa da avó, mas desde o dia em que conheceu aquele primeiro lobo, ela passou a carregar consigo novas convicções e um punhado de esperteza em cada um dos bolsos. A vida ensina.

Outros lobos vieram. Jogaram conversa fora. Disseram conhecer um outro caminho melhor, mas a Chapeuzinho não caiu na deles. Não, a decisão pelo caminho seria só dela.

Ela não daria atenção aos que lhe fizessem propostas mágicas. Ela sabia que se cedesse à lábia de algum lobo, e confiasse levianamente, poderia prejudicar não só a si, mas também àqueles que a amavam.

Então a Chapeuzinho ouvia o que os lobos tinham a dizer, sorria e continuava em frente. Ela agora era mais responsável e ponderada. Ela sabia que não deveria mudar de percurso ou deixar de visitar à avó pelo que lhe aconteceu no passado. Ela sabia que, à despeito de um certo temor, ela tinha que continuar, passo a passo. Dia após dia. Sempre em frente. Acreditando no melhor, mas de olhos bem abertos.

Ela entendeu que a mais feia das verdades vale mais que a mentira mais bonita. Que, às vezes é preciso que um lobo apareça para a gente acordar e valorizar o que tem de bonito.

A mãe da Chapeuzinho lançou-a na vida desprevenida, confiando em sua boa natureza, mas a avó, entre um gole e outro de café, lembrou-a do lobo sem, no entanto, deixá-la esquecer de que quando foi preciso, a vida sacou da cartola um bom caçador.

A Chapeuzinho aprendeu que nem tudo são flores e que nem tudo são lobos na vida. A Chapeuzinho aprendeu que o caminho do meio é o melhor campexels-photo-397219-324x235.jpeginho.



Apenas mais uma de amor

Ela ainda está do teu lado. É a mesma que te encantou com uma risada estupidamente sedutora. Veja bem. Ainda é ela, por trás das tarefas da vida.

Olha bem pra ela. Assim como a primeira vez. Teus braços ainda são abrigo, mas você se esqueceu disso. O tempo levou os anseios e endureceu as horas. As brincadeiras deixaram de caber no tempo de vocês.

Ei, olha pra ela. Repara em como ela respira enquanto dorme. Em como os cachos dos cabelos caem delicados sobre o rosto. Veja bem, você não reparou, mas já existem no rosto delicado dela algumas rugas e alguns fios brancos já se escondem em meio a sua bonita cabeleira.

A ingenuidade foi guardada em alguma gaveta e lá ficou, bem dobrada para uma outra vida, mas você nem percebeu.

Olha pra ela. Seus ouvidos ainda anseiam as tuas palavras. Aquelas roucas e doces, capazes de animá-la mesmo diante das grandes dificuldades. As tuas palavras ainda cabem no ouvido dela, perfeitamente, mas você deixou-se calar.

Você esqueceu de tirá-la para dançar no dia do aniversário dela. Deixou de lado as datas bonitas que eram só de vocês. Resolveu balançar a cabeça enquanto ela te contava coisas que, para você, eram bobas. Você ignorou todas as palavras dela e assim, entre vocês, passou a reinar um silêncio tristonho e desconcertante.

Olha, ainda há tempo. Ela procura sempre novas razões para te amar. Ela quer de volta o homem pelo qual se apaixonou. Repara. Todo dia ela levanta determinada a te trazer pra perto. Todo dia ela busca te chamar de volta, mas você não lembra mais daquela sua melhor versão.

Veja bem. Ela te ama, mas tem amado por dois. Tem sonhado acordada com quem um dia você foi. Olha bem. Escuta com carinho as canções que ela ouve no rádio.

Repara nos lábios dela enquanto ela canta as músicas que marcaram a história de vocês. Ela te recita verdades como quem deixa pequenos pedaços de pão pelo caminho.

Ela, por vezes, sonha alto e deseja voltar no tempo para te lembrar bonito, assim como antes, mas você não escuta, você não fala, você não vê.

Olha bem, o amor não se faz sozinho e toda relação precisa de carinho. Enxerga com o coração e nota que ela nunca se sentiu tão só.

É hora. Volta agora. O tempo ainda não acabou. Olha pra ela.

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Me faz um favor? Me pensa com amor

Ei, me pensa com amor, que o carinho no pensar alisa a alma e dá uma sensação boa, de calma e alegria.

Deixa as contas de lado. Não atende ao telefone. Fica um pouco mais na cama, atrasa um pouquinho o seu cronograma, mas se lembra de me lembrar.

Que se você fizer isso eu tenho certeza que vou te sentir juntinho de mim onde quer que eu esteja e, se houver por perto alguma tristeza, ela há de desaparecer.

O pensamento é forte. Infinito em seu alcance, guarda consigo calor e quebra a distância. O pensamento é cobertor pro frio, é arrepio suave de benquerer.

Quem lembra revive as alegrias do passado, volta a sentir o perfume das flores ao lado. Enche os pulmões de ternura e prazer. E o lembrado, por mais que se sinta sozinho, ao ser tocado com tanto carinho, ganha mais alegria no viver.

Vem então e me encontra em pensamento. Vive comigo esse momento, que pensar é poder. Vem e me diz que meu caminhar vale a pena quando eu caminho serena pelo seu doce querer.

Vem, que eu me faço feliz em sua companhia. E num passe de mágica posso ser a sua menina. Risonha e feliz.

E ninguém há de saber que em meio à tanta labuta, na rua abarrotada, no consultório médico, na sala de espera lotada, há uma doce lembrança.

Um pensamento afetuoso e sincero, repleto de ternura, feito abraço em dança, que rasga o mundo inteiro e traz pra perto quem vale a pena lembrar.

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