SHARITHA

 
registro: 14/07/2008
NAO tenho paciência pra mimimi ,nem tempo pra bla...bla...bla..DESCULPE-ME....????
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76 dias h

“Como inventar um adeus, se já é amor ?”

Outro dia, tardiamente, conheci a canção “Morada”, de Sandy e Lucas Lima. A música é doce e a melodia é delicada… Ao ouvir um trecho no Instagram da cantora, me comovi. Pois todos nós, com raras exceções, já fomos “cortados pela raiz” mesmo após ter “dado flor”.

E fica sempre a dúvida: “como inventar um adeus?” ou, como seguir em frente quando tudo que a gente queria era permanecer, ver dar frutos, florir?

A gente sempre imagina que plantou flores em solo fértil, e chora em silêncio quando percebe que farto era só o nosso desejo.

A gente sempre vai ter um pouco de saudade daquilo que ficou por viver. Das histórias que a gente construiu no coração mas que não sobreviveram para virar realidade. Dos sonhos que a gente plantou mas não tiveram força para se tornar verdade.

De vez em quando é essencial fazer pactos com o adeus. Cortar pela raiz mesmo ferindo e doendo. Aceitar a morte de um tempo, tolerar a decisão de seguir adiante sem a companhia escolhida e permitir a ferida da despedida.

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Ninguém morre de amor (APENAS MAIS UMA DE AMOR)

Depois de certo tempo você percebe que por mais bonito que seja o amor, ele é vulnerável e pode acabar. Por isso há que se cuidar do amor. Ter cuidado com as palavras, pensamentos e ações. Não permitir que qualquer um se aproxime e possa entrar com seus palpites e soluções. Resguardar a intimidade e relevar os desencantos. Celebrar as alegrias e dissipar o pranto.

Depois de certo tempo e alguma vivência, você também percebe que ninguém morre de amor. Que o fim de uma relação pode doer, machucar, deixar marcas profundas. Mas a gente sobrevive. A gente sobrevive e se torna mais resistente. A gente sobrevive e aprende a buscar novas alternativas para a dor do presente. A gente sobrevive e, com sorte, volta a querer amar de novo.

Ninguém morre de amor. É certo que virão saudades e lembranças, recordações e esperanças, mas é preciso seguir em frente.

E pra seguir em frente é preciso sepultar o amor de antes. Enterrar bem fundo para que não ressuscite com falsas esperanças. Chorar o fim de um tempo, se vestir de luto, encontrar no meio do caos um reduto.

O amor morreu, mas você não. E isso tem que ser o bastante para você querer todas as coisas que lhe fazem sorrir. Pois o que machuca não pode lhe definir. O que magoa, não pode lhe conduzir. O que partiu, não pode lhe destruir.

Ninguém morre de amor e você também não vai morrer. Eu sei que está doendo muito agora e disseram que o tempo cura tudo, mas você sente que não está curando nada. É que cada um tem seu próprio tempo de recuperação, mas ela acontece, mais cedo ou mais tarde, deixando uma cicatriz tão visível quanto foram as lembranças. Uma cicatriz que irá coçar de vez em quando, mas nunca mais irá doer como antes.

Por fim, me lembrei de Caio Fernando Abreu e sua sabedoria. Da frase em que ele diz: “Se algumas pessoas se afastarem de você, não fique triste, é a resposta da oração “livrai-me de todo mal, amém.””

De vez em quando a gente quer “morrer por dentro” porque uma relação chegou ao fim. O que a gente não enxerga são os presentes que a vida nos reserva. Presentes que podem vir da descoberta de que perder alguém foi a melhor coisa que nos aconteceu.

Então sejamos gratos por quem se despede e por quem permanece. Pela oportunidade de sairmos modificados, mas ainda assim inteiros, do fim de uma relação. Pelo dom de superarmos as ausências, faltas e falhas do amor. E pela bênção de aos poucos reconhecermos as mãos de Deus nos livrando de todo mal…



Aos corações confusos

Eu sei que seu coração diz uma coisa e sua mente outra. Sei também que todas as vezes que você fugiu foi por não saber lidar com a presença dela, com o jeito que ela te olhava e com as coisas que ela lhe dizia.

Mas ela não entende suas inconstâncias. Não sabe que mexe tanto com você e por isso não aceita seu silêncio. Ela acostumou-se a ser transparente e você é um enigma. Ela pensou estar ao seu lado mas você fez tudo para afastá-la.

Ela sofre, mas você sofre mais. Olhe para você. Você não sabe conviver com os castelos que lhe foram prometidos, e prefere se refugiar nos destroços. Quando a felicidade lhe alcança, você fecha a porta.

Ela lhe quis muito, mas agora se cansou. Pode ser que algum dia vocês se encontrem e com mais maturidade você diga o que sentiu. Que fugir não era uma escolha, e sim uma forma de sobreviver. E que você a amou muito, mas precisou partir para não morrer…

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Eu não entendi que era uma despedida


Eu não entendi que era uma despedida quando você chorou e disse que precisava de um tempo para entender o que sentia.

Não entendi que era uma despedida quando me ligou no meio da madrugada e, encharcado de bebida, disse que ainda precisava de mim.

Eu não entendi que era uma despedida quando me lembrei que uma semana antes você fazia planos de eternidade, e postava no Instagram fotos de nossa felicidade.

Não entendi que era uma despedida quando percebi que algumas peças não se encaixavam; que o sorriso bobo da nossa imaturidade não combinava com a seriedade do fim.

Eu não entendi que era uma despedida quando seu olhar desencontrou o meu, e pela primeira vez o seu semblante era de adeus.

Não entendi que era uma despedida quando você disse que eu precisava de alguém melhor, e eu entendia que não haveria ninguém melhor do que você.

Eu não entendi que era uma despedida quando os nós dos seus dedos se afrouxaram, e pouco a pouco você soltou minha mão para construir novos laços.

Não entendi que era uma despedida quando reli suas mensagens e revi nossas fotos. Quando imaginei que você remava comigo e não compreendi os caminhos que levaram ao fim.

Eu não entendi que era uma despedida quando adormeci e sonhei com a gente junto; quando despertei e me deparei com sua ausência.

Não entendi que era uma despedida quando nossas malas seguiram juntas, combinando as etiquetas com nossos nomes e a vontade que não se desviassem nunca.

Eu não entendi que era uma despedida quando meu coração permaneceu ligado ao seu e minha lucidez não compreendeu o fim. Quando meu caminho mostrou marcas das suas pegadas, e eu não soube mais que estrada seguir.

Não entendi que era uma despedida, mas agora entendo que preciso cuidar mais de mim; que mesmo doendo, a história de nós dois chegou ao fim; e que mesmo sendo difícil, é hora de prosseguir.

Eu não entendi que era uma despedida, mas agora quem deseja que você vá sou eu, entendendo que o tempo da negação deu lugar à aceitação. Tempo de seguir adiante com convicção e finalmente percebendo que qualquer falta de certeza já é o prenúncio de uma definitiva despedida.

Sou grata a você por ter se despedido de mim. Ainda que tenha doído, e que eu não tenha entendido, foi o impulso necessário para eu buscar meu destino. Entendendo que meu caminho não era o mesmo que o seu, e que a despedida foi o gesto necessário para a concretização de uma vida feliz.



Não confunda minha gentileza com interesse por você


Quando lhe enviei aquele vídeo, era só para dizer que achei a música linda e a melodia contagiante; não precisava sumir achando que o foco era você e sua aura radiante.

Quando deixei de curtir sua foto do carnaval não foi porque estava “de mal”, muito menos porque não gostei da sua fantasia; simplesmente não tive tempo de apreciar a alegoria.

Quando te cumprimentei com dois beijinhos foi porque quis ser cordial, não sabia que meu gesto pegaria tão mal.

Quando você cria histórias na sua mente e me coloca no seu enredo, qualquer gesto meu vira dança ou cobrança. Mas existe uma grande diferença entre ser gentil e estar interessado. Uma grande distância entre minha falta de tempo e qualquer descaso.

Não crie romances onde não tem. Não construa pontes para quem não vem. Não alimente expectativas em cima de sinais vagos e semblantes incertos. Não se ofenda com demoras de quem nunca deu certeza de estar por perto.

Você sumiu por achar que eu corria atrás de você. Mas meu bem, veja bem, eu só quis ser gentil encaminhando aquela mensagem, e você se assustou por não entender minha abordagem. Não se confunda com a realidade, nem fuja de situações que não são verdade.

Nem sempre meus sinais são de interesse. Não é porque te mando um “bom dia” pela manhã ou curto sua foto no Instagram que desejo me casar com você. Não confunda carinho sincero com amor eterno. Não se assuste nem faça pactos com o silêncio só porque elogiei sua imagem ou encaminhei uma mensagem.

Não se ressinta da ausência de quem nunca disse que viria. Não julgue o silêncio de quem nunca disse que falaria. Não se magoe por tão pouco, nem se alegre demasiadamente por uns poucos e rasos “likes”.

É preciso contar com aquilo que tem consistência em nossa vida. Com afetos declarados, convite para jantar, beijo correspondido. Não viver se vangloriando por suposições vagas nem se lamuriando por respostas escassas.

A vida, ainda que pareça ter muitos filtros, pode e deve ser medida pela realidade, seja ela qual for. Se eu quiser te conquistar, não terei receio de me declarar. Se eu quiser me afastar, terei coragem de me retirar. Porém, se minha intenção não for me declarar nem me afastar, continuarei seguindo com minha vida, sem iniciar ou desfazer “romances” só porque na sua imaginação de alguma forma estamos juntos.

Não confunda minha gentileza com interesse por você. Não se gabe nem se torture com meus sinais, pois pouco ou nada significam nos dias atuais. Gostar de você é fato, mas esperar que nossas vidas se tornem um romance, é boato.

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